sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Uma dura realidade...

Recebi um email de alguem que por aqui passa e que resolviu contar-me a sua historia. Confesso que se minha historia de vida é triste, tem algumas que Deus me perdoe, nem sei como estas mulheres conseguem suportar e sair destes relacionamentos. E a forma como seguem suas vidas assusta ainda mais.
"Laura" chamemos assim, esteve casada 18 anos. Tem uma filha com 12 e um filho com 16. O marido, segundo ela, sempre foi distante e algo frio, mas ela aceitava em prol de um amor que sentia por ele.
Ao fim de tantos anos, em que suportou abusos fisicos, verbais e psicologicos, Laura vê-se sozinha com os filhos, numa casa arrendada, onde só uma pessoa morava e mal. O marido resolviu assumir que era gay e está neste momento a viver maritalmente com um homem 10 anos mais novo que ele. Laura, tem um ordenado de 540€. Paga 200€ de renda. Agora digam-me como é possivel sustentar três pessoas com 340€? Como é possivel educar duas crianças?
O pai paga 130€ pelos dois. Mas neste momento está a criar forma de deixar de pagar. E tal como a maioria dos pais divorciados e que seguem sua vida, está a cortar contacto com a anterior familia. Ou seja está a divorciar-se dos filhos também. Laura conta-me que passa os dias a chorar e que as noites fica acordada a pensar no que vai fazer para esticar o dinheiro e também o que vai fazer se aqueles 130€ não vierem...
Este relato, desta mulher, causa-me alguma tristeza. Talvez porque eu tambem me vejo neste perfil cada vez mais actual e deveras assustador. Assusta muito um pai, seja homem ou mulher, ficar sozinho e responsavel pela educação e sustento de uma criança. Não que não se seja capaz, mas porque simplesmente não devia de ser assim e nem opai nem a mãe se podem substituir. Não deixo de me ver na pele de Laura. E tal como ela fico acordada a olhar minha filha dormir e pensar que tambem eu, tal como muitas familias monoparentais neste pais, estamos no limite da desgraça.
Laura autorizou que eu falasse dela aqui e para ela deixo um forte abraço. É sem duvida uma mulher valente. Espero que consiga superar a dor do abandono, da traição. Espero que consiga lutar contra as adversidades e que consiga dar aos filhos uma vida digna. Sei que não vai haver luxos. Que até as coisas mais elementares nos são retiradas, tais como poder levar uma vez que seja os filhos ao cinema. Mas a vida continua e mesmo com dificuldades, não perca a força de lutar e não se deixe vencer pela tristeza e pelo desânimo.
Eu sei que não é nada fácil, mas não desista, por favor.

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