Não desejei, e fiz de tudo para evitar, mas eis-me
aqui de novo. Nesta situação absurda, que me retira a paz, que me causa
insónias, que me consome a alma. Estou num lugar onde já não pertenço mais.
Será que algum dia eu pertenci?
Desta vez fiz
diferente. Queria que fosse diferente. Mas, apesar de todos os esforços, a vida
sempre encontra forma de me empurrar para este estado. Estará a tentar dizer-me
algo?
O desfecho é
sempre o mesmo. Ou eu vou, ou eu sou convidada a ir. E quando vou, não deixo
saudades. Mas também não as tenho. Já vou no limite de todos. Meu e deles…E eu
que gostava de aqui estar!...
E já nem me
atrevo a questionar (na verdade, nem sequer importo) de quem será a culpa.
Minha? Deles? É o de sempre. Eu esforço-me, mas erro. Pequenas coisas, grandes
coisas. Um aqui, outro ali. Certo é que poderia ter vários sacos cheios de
coisas boas que fiz, e apenas um com meus erros, minhas falhas, o que iria sempre
contar seria aquele pequeno saco maldito de coisas más. Porque simplesmente não
gostam de mim…
Mas
eu tentei…como eu tentei. E o que aguentei eu, deus do céu… As humilhações, a
falta de sensibilidade. O desejo de chamar atenção, frente a todos…Será para elevar
ainda mais o ego já de si demasiado inflamado? Ninguém te trava pois não? É,
acho que tem pessoas assim…vão sempre sair vencedoras, porque sim… e outras,
como eu, andam na merda uma vida toda…
Não,
não estou a vitimizar, e nem sequer aceito o pensamento de que se algumas pessoas
vencem é porque tem força de vontade e bla bla bla... Alguns de nós, nunca, jamais
terão ou conseguirão. E temos de aceitar a vida tal como ela é. Pode-se dizer que
não se tem sorte. Que não se atinge objetivos de vida, porque não se luta. Que
a vida é miserável porque se deixa, mas nada disto importa perante o que a vida
vai na realidade colocar no nosso caminho. Destino? Quem sabe…
Agora
estou aqui, neste local que me suga a energia, assim que acordo e lembro para
onde tenho de ir. Não sou feliz aqui. Ninguém o é na verdade, mas vão
empurrando com a barriga, porque há contas a pagar… Mas eu não tenho mais nada
a fazer aqui. Nada. Está na hora de ir embora…
E
se era isto que secretamente desejavam e deliberadamente andavam a empurrar
para este cenário, por ações e palavras. Então eu digo-vos, vou por minha
opção. Minha decisão. Minha vontade. Sempre fui uma lutadora. Uma guerreira e
lá fora contínua um mundo inteiro há minha espera, por isso…
Fuck
you! Nunca é tarde para recomeçar. E há muito que eu perdi o medo de o fazer.