segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Lembra-te de mim

Guarda-me nas tuas memórias. Acolhe-me nos teus braços serenos com carinho. Eu sou a estrela que contínua a brilhar alto no céu, e que de manhã se transforma no sol nascente. Contínua a contar a minha historia e eu viverei para sempre. Lembra-te de mim.

Lembra-te do carinho quando te peguei no colo. Lembra-te quando passei minha mão no teu cabelo para te acalmar e com meu lábios beijei tua testa. Lembra-te que com minha voz ofereci-te palavras de amor. Lembra-te de mim, para que na verdade eu nunca morra e em ti continue a viver para sempre. 

Ouve a minha voz para além dos céus, na eternidade, porque estarei sempre a olhar por ti.

Lembra-te de mim...



domingo, 18 de fevereiro de 2024

O dia em que fiquei orfão

No dia 31 de Janeiro, pelas 12h, teu corpo cedeu à morte e serenamente ela veio buscar-te! Não estás mais aqui connosco querido pai e a dor de te perder foi imensa...ainda é imensa.

Tal como aconteceu com a mãe, vamos aprender a lidar com a tua ausência. Vamos chorar, desesperar, mas a vida vai seguir, de uma forma ou de outra. Já o vazio...esse fica aqui connosco, sempre.

Foste para o lado da mãe. Estás com ela agora, pelo menos alegra meu coração pensar que sim. Provavelmente nesta altura, já te terá perdoado pelo que também a ela fizeste. E provavelmente está ao teu lado torcendo para que consigamos resolver o problema grande e grave que nos deixaste.

Eu estou a tentar fazer as coisas com calma e não sentir medo. Sinto-me como um capitão e acredito que o que virá pela frente, ou nos destrói, ou nos leva à vitória. Estamos nas mãos de Deus e nas mãos da lei portuguesa, que não apoio os justos e dá cegamente aos oportunistas e parasitas, que se disfarçaram de esposas. Quando na verdade são demónios, adamastores.

Eu fiz uma promessa à mãe e antes de fecharem o teu caixão, eu fiz uma promessa a ti querido pai e vou levá-la até ao fim. Eu vou lutar para que a injustiça não prevaleça e para que,  o que em família, juntos, contruímos, não pare nas mãos dos parasitas.

Que Deus nos ajude e que os tenha, querido pai e querida mãezinha, junto a ele, para a eternidade.

Hoje sou uma filha, sem meus pais presentes...hoje sou orfão...


quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Eu perdoo-te...

Hoje não acordei sendo eu, quem acordou foi uma espécie de zombie de mim…

Foi um zombie que se levantou da cama e se preparou para mais um dia. A verdade é que não me sinto eu e atrevo-me a dizer que nem sequer sinto o que quer que seja, pois estou apática. A alma abandonou o meu corpo e agora estou em modo automático…

Não sei o que virá daqui e sinceramente não espero o melhor. Se conseguires sair desta, será por um milagre e aí passarei a acreditar que Deus está do nosso lado…porque por agora o diabo vence…

Estás hospitalizado, com um prognóstico reservado e é impossível definir qual será o desfecho. E quando olho para ti pai, frágil, impotente, desligado já do mundo que te rodeia, assusta-me pensar no pior…

Eu perdoo-te…já te tinha perdoado muito antes de tudo isto, mas só agora meu coração cedeu e aceitou que o teu perdão já existia desde sempre. Como não poderia? És nosso pai e apesar de toda a mágoa e dor que nos causaste não poderei guardar no meu coração raiva e rancor contra ti. És nosso pai…

Eu perdoo-te também por mim, porque o negro que trouxeste para nossa vida, já nos consumiu demasiado e a nossa luta diária é contra algo sobrenatural e desumano. É a nossa cruz… mas como poderei continuar presa a um sentimento negativo contra ti? Teria de ser pior do que tu foste connosco.

Agora, a desilusão que causaste, essa não vou fingir sequer que não está aqui comigo, porque está e estará. Cada convívio, cada pensamento, cada movimento, mostra o quanto uma simples decisão infeliz do teu lado, trouxe dor, medo, profunda tristeza e uma enorme injustiça. Como não poderei estar desiludida contigo pai, se trouxeste o demónio para dentro de casa?

Se ganhamos pequenas batalhas…não, deixa-me te dizer que não ganhamos nada. Porque a bem da verdade quem ganhou foi esse demónio que vive no nosso lar. Tudo o que foi feito e pensado, foi sempre com o objetivo de favorecer o demónio e as pequenas batalhas que ilusoriamente pensámos ter ganho, são na verdade vitórias dela. Ela sempre esteve três, quatro passos à frente de nós e o tempo todo no controle. Desde que a colocaste lá em casa, nós não tivemos, nem temos mais chance…

Toda uma vida a teu lado, mais de 40 anos sendo uma família, e tu deixaste tudo fugir no
vento, como cinzas que desaparecem no ar. Não restou nada. Só dor, profunda tristeza e lamento…

Agora estás no limbo e arrastas-nos também contigo. E se por caso tudo terminar brevemente, sais do limbo para o descanso eterno, mas nós, tuas filhas, sangue do teu sangue, saímos para a guerra. Guerra que não pedimos, que não queremos, mas que eventualmente virá, por causa de uma simples decisão tua…uma simples decisão…mas eu perdoo-te pai! Se tiveres de ir, vai em paz… e que Deus nos ajude!

domingo, 6 de novembro de 2022

Há espera de quê?

Vivi até hoje sempre à espera de algo... que o inverno desse lugar à primavera. Que saísse daquele emprego para outro. Que largasse aquele casamento para a liberdade. Mas na verdade de que andava eu há espera? Do que ainda aguardo eu? Parece que ando sempre em busca de algo que nunca alcanço.

E o tempo passou. Estou com 48 anos e continuo há espera de algo. Do que vem a seguir. 

Estranha forma de vida, só agora reconheço. Hoje a ficha caiu finalmente. O que espero eu encontrar num futuro? Não há nada no fim da linha. Só a morte. Então porque contínuo nesta angústia da espera?

Sempre a aguardar algo que parece que não vem. E os anos passam... Que vida vivi até aqui? Como investi meu tempo neste planeta? De que forma contribui para um bem maior? Que marca deixo? 

Abelhinha trabalhadora que segue as outras operarias. Que se levanta de manhã para fazer nada de importante. Nada de significativo. Não vou curar ninguém. Não vou descobrir a cura do cancro. Não vou eliminar a fome do planeta e nem sequer vou acabar com o crime e a violência da sociedade. Sigo os outros na enxurrada, que como zombies seguem o que está programado, para ter algum dinheiro no final do mês e pagar contas... e é isto? Vou continuar o resto do meu tempo a viver como um zombie? 

Há espera, há espera, há espera...

Quando é que é suposto eu acordar?

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Eis-me aqui...de novo.

Não desejei, e fiz de tudo para evitar, mas eis-me aqui de novo. Nesta situação absurda, que me retira a paz, que me causa insónias, que me consome a alma. Estou num lugar onde já não pertenço mais. Será que algum dia eu pertenci?

Desta vez fiz diferente. Queria que fosse diferente. Mas, apesar de todos os esforços, a vida sempre encontra forma de me empurrar para este estado. Estará a tentar dizer-me algo? 

O desfecho é sempre o mesmo. Ou eu vou, ou eu sou convidada a ir. E quando vou, não deixo saudades. Mas também não as tenho. Já vou no limite de todos. Meu e deles…E eu que gostava de aqui estar!...

E já nem me atrevo a questionar (na verdade, nem sequer importo) de quem será a culpa. Minha? Deles? É o de sempre. Eu esforço-me, mas erro. Pequenas coisas, grandes coisas. Um aqui, outro ali. Certo é que poderia ter vários sacos cheios de coisas boas que fiz, e apenas um com meus erros, minhas falhas, o que iria sempre contar seria aquele pequeno saco maldito de coisas más. Porque simplesmente não gostam de mim…

Mas eu tentei…como eu tentei. E o que aguentei eu, deus do céu… As humilhações, a falta de sensibilidade. O desejo de chamar atenção, frente a todos…Será para elevar ainda mais o ego já de si demasiado inflamado? Ninguém te trava pois não? É, acho que tem pessoas assim…vão sempre sair vencedoras, porque sim… e outras, como eu, andam na merda uma vida toda…

Não, não estou a vitimizar, e nem sequer aceito o pensamento de que se algumas pessoas vencem é porque tem força de vontade e bla bla bla... Alguns de nós, nunca, jamais terão ou conseguirão. E temos de aceitar a vida tal como ela é. Pode-se dizer que não se tem sorte. Que não se atinge objetivos de vida, porque não se luta. Que a vida é miserável porque se deixa, mas nada disto importa perante o que a vida vai na realidade colocar no nosso caminho. Destino? Quem sabe…

Agora estou aqui, neste local que me suga a energia, assim que acordo e lembro para onde tenho de ir. Não sou feliz aqui. Ninguém o é na verdade, mas vão empurrando com a barriga, porque há contas a pagar… Mas eu não tenho mais nada a fazer aqui. Nada. Está na hora de ir embora…

E se era isto que secretamente desejavam e deliberadamente andavam a empurrar para este cenário, por ações e palavras. Então eu digo-vos, vou por minha opção. Minha decisão. Minha vontade. Sempre fui uma lutadora. Uma guerreira e lá fora contínua um mundo inteiro há minha espera, por isso…

Fuck you! Nunca é tarde para recomeçar. E há muito que eu perdi o medo de o fazer.

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Mente Inimiga

Não é que tenha acordado um dia e simplesmente tenha percebido que tu viraste uma inimiga. De alguma forma eu sempre soube que o eras. Enquanto eu estava no controle, eras apenas uma inimiga silenciosa e basicamente sem poder algum. O problema maior é que com o tempo, apesar de todas as minhas lutas, agora compreendo que em vão, foram inglórias, tu foste tendo tuas pequenas vitórias e na verdade acabas por ascender ao trono e saqueias de quem deverias cuidar. 

E agora vamos travando nossas pequenas lutas, saqueaste mas não mataste ainda, por isso mantenho-me no campo, na luta, no jogo. Saboreio as vitorias que tenho contra ti e desespero cada vez que ganhas. A velha luta do " Porque raio fiz eu isto ou aquilo? Deixando que venças?" E é nessas alturas que percebo que nunca irei ganhar, não na verdade. E por mais lutas que dê, o dia virá que iras mesmo comandar minha vida, tornando-me apenas num recetáculo vazio, de outrora um ser vivente.

E por vezes como te odeio? Os pensamentos que fazes acontecer, surgir do nada. Inóspitos, incoerentes, desprovidos de lógica ou até por vezes moralidade. "Mas onde raio, vou eu buscar isto? " ainda me questiono, sentindo na verdade que estás a rir de mim a zombar da minha patética existência.

Eu sei então que não vou ganhar. Eu sei que um dia destes tu vais ficar de facto no comando. Manipulando minha vida e minhas açoes, porque sabes todas as minhas fraquezas, mas não vou sair de cena sem te dar mais luta, sem que por um pouco mais sofras com as minhas vitórias, em que eu simplesmente falo ou reajo no oposto do que sugeres e em que eu te olho de frente e digo com segurança de ser ainda dona de mim e da minha vida : VAI À MERDA.





segunda-feira, 14 de março de 2022

Atrevi-me a sonhar

Atrevo-me a ir um pouco mais longe. Não deixo contudo que passe do que eu defino como lógico e recuso-me a deixar entrar no sonho do impossível. Mas eu sonho...

Delicio-me no que ainda me é gratuito e onde não existem barreiras, nem homens que ditam regras. Eu sonho...

Voo alto no céu, ultrapasso atmosfera e chego ao universo, porque sou imortal e porque me é permitido ser um Deus. Permites que eu chegue até ao centro do mal e com isto o extermine? Permites que meu sonho seja realidade? 

Não existem limites para mim, vou incondicional no balanço de um dormir acordada ou por breves instantes num sono atribulado, pequeno, mas eu sonho...

Vou limpar as lágrimas, enfrentar a morte, extinguir a dor, a fome, o sofrimento. Vou fazer as crianças correrem livres, felizes sem medo dos adultos. Vou fazer os jovens viver a juventude de forma serena, tranquila, honesta, e feliz. Vou fazer o amor reviver, crescer feliz nos corações de cada pessoa, como uma linda rosa que floresce numa tarde amena de primavera. Vou unir o branco, com o preto, com o amarelo e todas as cores, para que voltem a ser um só, para que juntos possam se tornar na cor mais lindo do universo. A cor da irmandade sincera. Vou limpar as lágrimas e trazer de volta a dignidade de envelhecer condignamente, sem tornar o idoso, num estorvo na sociedade.

Vou escalar montanhas, vou subir o Everest das emoções e trazer de novo à vida os corações frios, gelados, de quem se deixou levar pela manipulação de ditadores sem medo de nada. Como se chegou aqui novamente?...

Atrevo-me a sonhar, porque sem sonho obrigo-me a enfrentar a dura realidade e é aqui onde escolho não viver. A destruição e maldade detonam o coração mais puro e eu não quero viver assim. Por isso atrevo-me a sonhar e esperar que um dia, este sonho possa ter um pouco de fundamento e uma percentagem de realidade, porque viver aqui, já não gosto mais e seria bom que a realidade atual fosse como uma viagem de autocarro, onde eu pudesse sair, quando já não fizesse mais sentido continuar a viagem.

Que deus nos ajude a todos, se ele por aqui andar e estiver para ai virado...

Lembra-te de mim

Guarda-me nas tuas memórias. Acolhe-me nos teus braços serenos com carinho. Eu sou a estrela que contínua a brilhar alto no céu, e que de ma...