domingo, 6 de novembro de 2022

Há espera de quê?

Vivi até hoje sempre à espera de algo... que o inverno desse lugar à primavera. Que saísse daquele emprego para outro. Que largasse aquele casamento para a liberdade. Mas na verdade de que andava eu há espera? Do que ainda aguardo eu? Parece que ando sempre em busca de algo que nunca alcanço.

E o tempo passou. Estou com 48 anos e continuo há espera de algo. Do que vem a seguir. 

Estranha forma de vida, só agora reconheço. Hoje a ficha caiu finalmente. O que espero eu encontrar num futuro? Não há nada no fim da linha. Só a morte. Então porque contínuo nesta angústia da espera?

Sempre a aguardar algo que parece que não vem. E os anos passam... Que vida vivi até aqui? Como investi meu tempo neste planeta? De que forma contribui para um bem maior? Que marca deixo? 

Abelhinha trabalhadora que segue as outras operarias. Que se levanta de manhã para fazer nada de importante. Nada de significativo. Não vou curar ninguém. Não vou descobrir a cura do cancro. Não vou eliminar a fome do planeta e nem sequer vou acabar com o crime e a violência da sociedade. Sigo os outros na enxurrada, que como zombies seguem o que está programado, para ter algum dinheiro no final do mês e pagar contas... e é isto? Vou continuar o resto do meu tempo a viver como um zombie? 

Há espera, há espera, há espera...

Quando é que é suposto eu acordar?

Lembra-te de mim

Guarda-me nas tuas memórias. Acolhe-me nos teus braços serenos com carinho. Eu sou a estrela que contínua a brilhar alto no céu, e que de ma...