sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ventos de Esperança

No alto daquele monte, faz um friozinho irresistivel de Outuno. Impossivel de não sentir nostalgia. Estou triste mas confiante. Estou certa do que ali estou a fazer. Existem coisas na vida que têm de ser feitas. No meu caso, já era tempo e acima de tudo, tinha de ser feito pois já estava na hora de enterrar o meu defunto. Afinal tantas vezes falei isso aqui, mas de certa forma não tinha aceite essa condição e simplesmente nutria uma esperança vã e ridicula que na verdade não faz sentido.
Ouço dizer que em casos de morte ou separação, temos de fazer um luto e isso tem de facto de ocorrer para seguirmos. No meu caso, eu não fiz o devido luto. No meu caso eu simplesmente falava, mas não sentia. Por isso voltei atrás e decidi seguir os passos necessários para recuperar desta separação. Para tentar fazer com que aquele amor não fosse mais sofrimento, mas libertação. E pronto lá comecei eu a aceitar que o amava ainda perdidamente. Depois aceitei que tinha terminado. Que o amor de facto tinha morrido e chegou a hora de enterrar o defunto.
No alto daquela encosta, com o mar a minha frente, naquele fim de dia cinzento, eu atingi um nirvana. Coloquei dentro de uma garrafa uma carta de despedida. Coloquei minhas alianças, de namoro e depois de casada. Olhei uma ultima vez para elas e li a inscrição em cada uma. Na de namoro ele mandou gravar : Amo-te. Na de casada ele mandou gravar : Es o verdadeiro amor da minha vida. Para sempre J. Pois...na altura chorei, mas enfim, eram só palavras gravadas numa aliança.
Bem, lá coloquei as alianças . Coloquei tambem uma foto de nós os dois, de quando eramos um casal feliz e sem medo do futuro. A foto está esbatida, só eu e tu é que nos reconheceriamos. Depois fechei a garrafa e antes de atirar ao mar, pensei em todas as coisas boas que vivemos. Coisas únicas, que tu nem lembras mais e que certamente nem dás importância. Oh mas foram coisas únicas mesmo, pois duvido que com outra mulher qualquer as voltes a viver. Mas enfim, lá recordei , chorei muito, aliviei a minha alma e fiz uma oração. Pedi a Deus que com aquele garrafa fosse tambem meu sofrimento. Pedi muita serenidade para lidar com o pai da minha filha, pois é so isso que ele é agora, o pai da minha filha. Pedi que me ajudasse a ser forte e confiante e pedi-lhe que ajudasse a ser feliz da forma mais digna, honesta e saudável, que fosse possivel. Respirei fundo  e atirei a garrafa ao mar. E ali foi, toda a minha história com alguém. Os dias que o amei, que o odiei, as discussões, as noites de dormir de conchinha, o amor que fizemos, os jantares á luz das velas, as nossas conversas, as noites de cinema com mão dada, os olhares, a cumplicidade, os "minha querida" e "meu amor". Foi-se tudo, pelo ar, até ao mar. E foi tudo para parte incerta, para que nunca mais o veja. E assim se foi...simplesmente.
Olhei o mar calmamente, fiquei tão em paz, que nem sei descrever. Fui invadida por uma felicidade que não há palavras para descrever, só sentindo mesmo. Foi incrivel a paz e serenidade que aquele acto simbólico me trouxe. Naquele instante veio uma brisa mais forte, um vento de esperança. Já nada me segura mais ao passado, já nada me detém para o meu futuro. E a minha cabeça e coração ficaram livres, para amar, para viver e para dizer claramente que o J morreu em mim.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Desistir...


Retirei de um blog de alguem que sabe do que estou a falar. Me desculpe pelo plágio.

Blog tentação

E verdade que leio um blog que para mim é uma tentação. Trás sempre recordações, principalmente porque o blog retrata um pouco o erotismo e o sexo. E sabe Deus como eu tive uma vida sexual plena e satisfatoria.
Ao ler, recordo como os dois eramos tão parecidos. Como sabiamos bem "lidar" um com o outro. Como para nós não havia tabus. Como quando estavamos juntos era algo unico. Especial.
Custa ver que tudo terminou e que hoje uso as formas verbais no passado. Não estás mais aqui e não és mais " meu parque de diversões ". :)

Beijinho "Doce Pecado"

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A criança perdida

O Luis era uma criança de 10 anos. Seus pais separam-se e ele ficou a morar com a mãe. Aquele golpe do destino criou no Luis uma tristeza sem fim. A cada dia, o Luis vivia revoltado. Via a mãe a chorar e mais revolta sentia. Um dia resolviu faltar á escola. E no dia seguinte tambem. Até que desistiu. O pai desistiu dele tambem. Depois vieram aqueles "amigos" que só ajudam a afundar ainda mais. O Luis começa a fumar e não demora muito para começar a se drogar. O Luis tem apenas 10 anos. Aos 12 começa a prostituir-se. Foge de casa com 11 anos e mais ninguem o vê. Ele tambem não consegue lidar com a dor. E tambem não deixa que ninguem o ajude. Com 14 anos o Luis morre. Overdose. No estômago não havia nada. O Luis já não comia há tres dias.

Não é uma historia, é uma realidade. E está presente no lar ao lado do nosso. Nos nossos vizinhos, muitas das vezes na nossa familia. A unica maneira de travar é atravez do amor. As nossas crianças vivem num mundo cheio de falsas tentações. Onde tudo é possivel e aceitavel. Temos de lhes dar nosso amor. Temos de as acompanhar e desenvolver com elas objectivos, vias saudaveis de comunicação e simplesmente transmitir que estamos aqui.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Escolham a verdade e ela vos libertará.

Foi um sábio conselho dado por um amigo. Deus!
Aceitar e ver a verdade liberta-nos e deviamos sempre andar com ela. Andar nela. Ontem tive uma epifania. Sai com aquele de olhar sereno. Olhei para ele e nada...nada de faisca, nada de emoção. NADA!
Não pode deixar de ver que ele era simpatico. Bonito e atraente, mas não houve quimica qualquer. Tinha o poder e a escolha de dormir com ele mesmo assim. Mas não o fiz. Despedi-me dele e agradeci o jantar. Sei que ficou triste e embora eu saiba que para os homens sexo é sexo, nada tem que ver com o amor, para este rapaz de olhar sereno não é bem assim. Educado há moda antiga, é um homem simples e com coração esperançado em encontrar aquela tal. Como podia eu enganar um homem assim?
Eu não o amo, nem vou amar. A epifania foi essa mesmo. Não me adianta saltar de namorado em namorado, de cama em cama. Não me adianta nada procurar o amor, quando ele está bem presente e bem vivo no meu coração. Não adianta, fazer nada, pois tem coisas que são assim e temos de as aceitar. De simplesmente viver com elas. Se vou morrer infeliz? Não não vou. Porque neste momento estar com alguem, dividir a vida com alguem, nao quer dizer que a pessoa é feliz.
Eu sou feliz porque aceito. Não se consegue evoluir, seguir com nossa vida se pura e simplesmente colocamos sentimentos, emoções, recordações e pessoas num báu fechado, escondido. Não. Temos de aceitar tudo da forma que foi. Da forma que aconteceu. E só assim seguimos.
Eu sei que jamais terei o amor do J. Eu sei que jamais voltarei a ter qualquer contacto intimo com ele. E a razão porque eu sei é porque eu assim decidi que ia ser. Não me interessa se ele quer tambem ou não. Não me interessa a opinião dele neste momento. A verdade então é que a simplicidade em que eu tornei a minha vida, eu sou feliz assim. Meu objectivo e educar minha filha. Ela precisa de mim. Precisa de ver em mim uma mulher forte, corajosa e decidida. Precisa de saber que pode contar com a mãe. Não precisa de ver a mãe a namorar com este e aquele. Não precisa de nem deve ver a mãe triste . Por isso, eu aceito esta verdade :   Não preciso de salvador algum. E sou uma mulher forte e de convicções. Aceito tudo o que Deus reservou para mim e aceito com serenidade. Escolhi a verdade e ela me libertou...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O teu sereno olhar

Tens 29 anos. Um olhar sereno. Um sorriso timido. Como sabes tenho 35. Sou mulher feita. Sei o que quero. E tal como tu não quero sofrer. Tu és tu...aquele que me disse : Obrigada por existires "
Tu és tu...Mais jovem, já sofrido, com um olhar sereno. Será possivel abrir meu coração a ti? Será possivel poderes amar uma mulher divorciada e com uma linda filha? Será possivel eu me apaixonar depois de amar o J, da forma que amei?
Se deus te colocou na minha vida, foi por algum motivo. Se deus te fez dizer aquilo, sem qualquer forma de saber o meu desejo secreto, então querido, tu...o do olhar sereno, és quem sabe o meu libertador.

Lembra-te de mim

Guarda-me nas tuas memórias. Acolhe-me nos teus braços serenos com carinho. Eu sou a estrela que contínua a brilhar alto no céu, e que de ma...