quinta-feira, 4 de junho de 2020

As teias de quem te aponta o dedo

Seria de esperar que com a idade, toda a maturidade, lógica de pensamento, não me deixasse cair nas teias de quem tem sempre algo para dizer sobre mim e sobre como deveria viver minha vida.

Por vezes questiono, com que raio é que eu me deixei levar no que as pessoas pensam de mim, sem sequer me conhecer de verdade e sem sequer avaliar com bom senso? Como é que deixei a coisa nefasta fluir e comecei a acreditar, não no que eu sei ser verdade e na pessoa real que sou, mas com o que as pessoas pensam de mim? Pessoas que se eu analisa-se com mais cuidado teria percebido desde inicio que tinham algo contra mim, ainda que eu, nunca tenha feito absolutamente nada de mau para isso acontecer. Pessoas que, normalmente eu jamais queria ter por perto.

Eis-me que com toda esta passagem de depressão e angústia, vejo-me no centro de uma ideia criada sobre mim, com base em pessoas que lá vão apontando o dedo. 

"Pareces burra mulher, como é que te esqueces das coisas?"
"Como é que baralhaste o preço disto com aquilo?"
"Porque é que tens medo do futuro?Estás parva? Com todo o dinheiro que tens?"
"A mulher é limitada, porque não acertou com o endereço de email e este veio devolvido.."
"És burra? Então não sabes que a depressão é coisa de gente desocupada, feia e sem futuro?..."

Passo a minha vida nisto, a ser julgada, contestada, a não entenderem na verdade o que é a depressão e que esta pode acontecer a qualquer pessoa. A julgarem os outros, só porque a vida a estas pessoas parece agraciar sempre, que mais parece que do seu traseiro saem raios de luz e o raio do arco íris completo. 

Vive e deixa viver, é meu lema. Não julgues, porque um dia vais ser julgado. 
Mas, no entanto, eu tornei-me naquelas pessoas que sem auto estima, vai acreditando no que dizem e parece que nunca mais consegue sair das teias de quem aponta o dedo, acreditando de que elas é que vêm quem eu sou, e quando olho no espelho, esqueço meu verdadeiro eu, e visto a personagem de quem me vê e julga.

Será que algum dia acordo deste maldito pesadelo, e volto a ser a mulher guerreira que sempre fui?







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