segunda-feira, 20 de abril de 2020

Luz ao fundo do túnel


Não foi difícil para mim aceitar que estou com depressão. Também não neguei a mim mesma que precisava de ajuda e que sozinha não ia lá. 

Havia algo mais a impulsionar este meu estado nos últimos tempos. Andar triste e desanimada é algo que pode acorrer na vida de todos, por qualquer situação menos boa que aconteça, mas andar todos os dias com sensação de inutilidade, com medo de viver, com choro permanente, sem razão aparente, tudo isto e muito mais, claramente mostra que temos de agir, antes que seja tarde demais. Felizmente no meu caso, apesar do desespero que tenho vivido nos últimos dias, percebi que tinha de recorrer a ajuda médica.

A luz ao fundo do túnel veio, com a informação sobre o que se passava e como um estado normal da vida, o envelhecimento, a pré-menopausa, altera nosso cérebro, altera nossa componente hormonal e aumenta os estados de tristeza. No meu caso houveram também acontecimentos externos a estes sintomas, que ajudaram há queda e por Deus, como eu cai...

Não vai ser uma batalha fácil e sei que tenho de tomar decisões que não serão nem fáceis de tomar, nem tampouco fáceis de entender, por quem não está neste lado, mas terá de ser. Minha felicidade tem de ser agora a prioridade, porque se eu estiver bem e feliz, tudo a minha volta capta essa energia positiva e vai correndo pelo melhor. Tenho fé nisso e já o vi a acontecer antes. Ainda que não seja como idealizamos, mas a vida é como é. Se doí saber que determinadas coisas estão vedadas para mim, inacessíveis? Sim doí, mas a aprendizagem aqui é perceber que essas coisas podem ser substituídas por outras que nos façam felizes, aquelas coisas mais pequenas, que nos trazem tranquilidade e paz. E que são diferentes para cada um, segundo nossas próprias experiências.

Sempre achei que a vida manda estas provações para nos tornar mais resilientes e minha vida tem sido uma sucessão delas, mas também sei que sempre estive consciente de que um mar de rosas a vida não é e que de todo o mal temos de tirar um lado bom. Há sempre algo a aprender em tudo.

Vou fazer medicação, para controlar a componente hormonal, para ajudar a repor os níveis normais no cérebro e vou tomar ainda medicação para a depressão. E esperar que este cocktail de drogas coloquem novamente a guerreira em mim e que volte a ser a mulher que sempre fui, lutadora, com objetivos definidos.

Nunca tomei medicação a este nível, e sinceramente não me agrada, mas andar todos os dias com sensação de desespero, inutilidade, choro compulsivo é bem pior, que não quero voltar aqui. Não quero voltar ao estado vulnerável e achar que a vida terminou, porque enquanto eu respirar, enquanto eu poder fazer tudo o que me torna um ser humano normal, irei fazê-lo, porque quando morrer, não tenho mais nada e isso, certamente, pode esperar. Eu ainda estou aqui...

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O ser mais doce que este mundo já produziu. O teu ar sereno, as tuas doces palavras, o teu aconchego.  Teu abraço, quando as lágrimas teimav...