Ainda sonho contigo. Estás quase sempre em casa, envolvida nas tuas tarefas. Não falas comigo mas sorris imenso. Em alguns sonhos menos bons, andas no meio daqueles dois e eu questiono-te porque andas ali, no meio do teu marido e da outra com quem ele casou e como um cancro se infiltrou em tudo.
Sei que sonho, porque queria ter-te cá. Porque as saudades são tão grandes e tem dias que mal se consegue lidar. E eu tenho saudades tuas mãe...imensas...
Perdi meu porto de abrigo quando partiste nessa viagem sem retorno. Fiquei sem chão e mal me seguro para viver. A corda que me suporta e prende aqui é forte e resistente, eu sei disso, mas tem dias que são simplesmente difíceis.
Queria ter-te cá. Evitaria tanto transtorno e dores de cabeça.
Ontem, pai estava contigo na mente. Alias, quase todos os dias, lá manda eu chamar a mãe. E não penses que apesar da demência dele, ele te confunde com o cancro que casou, nem pensar mãe. Mesmo demente ele sabe que ela não és tu. Sabe que nunca será...
Já nem questiono porque ele cometeu tal crime hediondo pondo aquele ser na nossa casa. Mexendo nas tuas coisas, partindo, estragando, negligenciando... Desisti de perguntar, porque só penso na hora em que ela vai à vida dela, e nos deixe livres da sua presença. Se Deus assim quiser e a justiça funcionar, assim ocorrerá em breve.
E depois, ficas tu, tua memória viva em nós, tuas filhas, teus netos e netas. No pai que pergunta onde andas, tantas e tantas vezes, que me parte coração ter de lhe dizer que a minha querida mãe já morreu...
Onde quer que andes, ainda que teu corpo repouse naquele jazigo há 14 anos, quero acreditar que teu espírito ou energia voa por ai, livre, sereno e feliz. Porque em vida foste sempre um modelo de amor e bondade e depois que foste embora, não quero esperar nada diferente do que a plena felicidade e tranquilidade para ti.
Continuam as saudades até que um dia nos encontremos novamente...
I love you Mon.
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