Eu, aquela que sou, sem ser a mãe, a filha, a sobrinha, a tia, a profissional, a amiga...
Aquela que encaro quando estou sozinha, e discuto com frequência, porque não concordo com o que está a fazer e o rumo que está a levar.
Grito a mim mesma, para que eu possa perceber que estou num caminho de auto destruição, e no entanto apesar dos gritos, por vezes eu não me escuto e não consigo parar.
Existe um caso sério de vicio aqui, certo?
Quer dizer, não fumas, nem tomas drogas, beber também está fora de questão, mas existe aqui uma dependência, aquela que é tão ou mais difícil de livrar. Aquela em que tens de lidar com tua mente, teus medos e anseios. Aquela em que mês após mês, foste desligando emocionalmente das coisas. Se elas te fazem sofrer?...
Não é saudável, não é o mais correto, mas meu eu, aquela que eu tento silenciar, pois não gosto dela, tenta me combater como pode e tentar manter-se à tona da água. Mal respira...
Já não sei lidar comigo e esta pré-menopausa está a matar-me lentamente...odeio envelhecer.
Sinto-me feia, gorda, mal amada, não amada. Fugi de todos pois, no meio de todo este turbilhão, não me acho digna das amizades que tinha, da família que está no meu circulo.
Já não sei lidar contigo pequena e adolescente B, porque és como eu, uma força e quando duas forças lutam?! Pois, já sabes como é...
Tenho saudades do meu eu que levitava e estava serena. Quando se olhava no espelho gostava do que via e não sabotava sua vida. Não sei como cheguei aqui, mas estando cá não tenho forças para reinventar...estou a envelhecer e isso é a morte...Que de bom vou tirar daqui?...
Tenho saudades da minha pequena B, que era feliz e sempre sorridente. Que ia com a mãe para todo o lado, que vivia. Esta B adolescente, começa também a sabotar sua vida e não quer sair, não quer viver. Porque paraste tu de viver filha?So tens 16 anos...
Sonho com o J com tanta frequência, que quase parece ter uma vida dupla, aquela que vivo acordada e aquela que vivo a dormir, nos sonhos, com ele...sempre com ele...
Mas que merda é esta e como que meu eu me trouxe até aqui?
Não...não..não. Vou embora. Não quero mais isto. Há ainda esperança? Pode a vida voltar a ser uma contínua tarde de verão, cheia de sol e vida? Pode a brisa voltar a serenar meu Espírito?
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