quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Chegar aqui e...


Se pensar bem, percebo que não é aos 50, 60 ou 80 que olhamos para trás na nossa vida e fazemos aquela maldita análise sobre o que podíamos ter feito, do que nos arrependemos, o que queremos ainda...

Estou com 45 anos e já à uns bons 3 anos que me questiono com estas coisas e provavelmente não serei a única, obviamente.

Cheguei aqui e aqui é um lugar que não quero estar.
Tendo perfeita consciência de que hoje em dia, lutar pelos nosso sonhos é tão difícil, pois temos contas a pagar e filhos a educar/criar e isso sobrepõem-se infelizmente ao sonho.

Chegar aqui aos 45 anos e perceber que não faço o que gosto, que estou simplesmente cansada de fazer trabalhos aos quais são apenas meios para pagar contas. Como li recentemente no livro de Kasey  Edwards, não se trata de de ser preguiçosa, é mesmo um estado de chegar aqui e querer finalmente ser livre e fazer o que realmente se gosta, o que mais conta e ainda ser pago para isso.

E a Kasey concorda comigo 😊.

Incrível que dito as coisas assim parece algo simples, mas na verdade, não o é. Se analisar bem as coisas quase que se torna dantesco correr riscos, deixar emprego, ir atrás de um sonho, com contas para pagar e uma filha adolescente para criar.

Chegar aqui e perceber que levantar de manhã é uma verdadeira façanha.
Como é que raio cheguei aqui?

Penso em tudo que eu nunca vou poder fazer, ou até mesmo ver, por estar limitada neste meu mundo que a vida me colocou.

Disse no passado, que sabia que a minha vida iria correr bem, ainda que não fosse como eu gostava, e não deixei de ter razão, mas a verdade é que se eu não fizer nada agora, agora que tenho 45 anos, não o farei mais e serei mais uma das muitas abelhinhas trabalhadoras que vivem de ordenado em ordenado e fazem o que tem de fazer, porque simplesmente é assim...

Quem está no mesmo caminho que eu estou agora, vai entender este meu desabafo e esta minha inquietude, quem não está vai dizer para que eu pare com as lamentações e siga com minha vida...pois...tenha calma, que vão lá chegar também.

Não sou ingrata ou inconsciente, agradeço tudo o que consegui até agora. As lutas que travei, e que me levaram a ser a mulher guerreira que hoje sou. No trabalho, apesar de não gostar, não falto, não chego atrasada e fico imensas vezes para além da minha hora. Sou responsável e sei que sou paga para fazer aquele trabalho e que estão a contar comigo, por isso não vou falhar, para além de constatar o óbvio, estar sem trabalho, seria a ruína da minha pessoa e da minha filhota. Mas...

Mas, como um grito de ajuda ao universo, eis-me aqui, no agora, questionando próxima etapa.
Estarei próxima de obter uma resposta? Vai o Universo mover o que tem de mover, para fazer acontecer? Ou será que tenho de ser eu a fazê-lo. Já.
Não estarão já as coisas em movimento? Não saberei eu já a resposta?

I wonder...

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