Sempre fui muito cética com relação a estas coisas de metade da laranja e almas gémeas, mas a verdade é que algo como isso, deve existir mesmo. Antes de conhecer J eu sentia que havia algo em mim que faltava. Tipo um complemento de mim. Era uma jovem de 23 anos feliz, realizada, em começo de carreira profissional. Lembro que tinha um carro novo e um ordenado muito bom em 1997. Tinha pretendentes, alguns bem interessantes, mas eu sempre sentia que não era aquele o certo. Não sei explicar bem, pois falham-me as palavras para descrever o que senti, quando naquela manhã de Maio de 1997, o J convidou-me para jantar e eu sem qualquer hesitação disse que sim. Algo nele ( falhando-me as palavras certas) fez click em mim. Eu tinha encontrado o tal.
As coisas por vezes são complicadas quando conhecemos alguém, fazemos planos e por vezes até não dá em nada, mas eu senti desde logo que o J era algo como a minha alma gémea. E á medida que fomos nos conhecendo eu percebi que era verdade. Hoje eu tenho a certeza. Era-mos simplesmente um.
Agora e mais difícil caminhar sem ele, antes de o conhecer era somente eu e o sonho de encontrar o tal. Agora que o tive e com ele vivi, mesmo com toda a tristeza, dissabores e a mais perfeita desilusão que ele me deu, continuo a saber que ele era a minha alma gémea e que depois dele, não há mais ninguém. Venha quem vier, um amor como aquele que senti pelo J, só acontece uma vez na vida.
Já aceitei este facto. Já o fiz em 2005 e depois em 2009, mas hoje, mesmo sabendo que ele não respira mais, eu continuo com a certeza que alguém como ele, com a cumplicidade que tivemos e que sei que ele não teve com mais nenhuma mulher, por mais mulheres que tivesse, eu sei o que vivi com ele, eu sei...o J era a minha alma complementada.
Por vezes penso como explicar que este homem nasce em Caracas na Venezuela, em 1961 e depois de uma vida cheia de tristezas e desilusões, ele acaba por me conhecer aos 36 anos de idade e eu com 23? A vida é mesmo algo de surpreendente...
Agora não digo que por ele ser minha alma gémea, que isso era algo bom, porque não era mesmo. De bom o J apenas me deu minha filha e só por ela, toda esta vida que vivi com ele, já fica mais tolerável e um pouco mais fácil de digerir.
1 comentário:
Amores assim só acontecem uma vez na vida. esses amores são únicos e pelo menos a blogueira viveu isso. Vive ainda. Muita força.
Eu ando ainda em busca desse amor. Alguns de nós nunca lá chegam e outros nem sequer lhe dão valor.
Injustiças da vida e do amor, acho eu.
Enviar um comentário